A chuva caiu cedo e o cheiro de terra invadiu minha casa.
Lá longe, ouço o som da zabumba batendo forte.
É fulano, agradecendo feliz aos céus do Senhor pelo choro de Deus.
Amanhã tem feijão na mesa, tem comida no prato.
Meu Deus... é muita bondade tua!
O Vento grosso e forte denuncia que a chuva é passageira.
Mas que venha.
Sacode o varal, quase leva embora meu teto de palha seca.
Meus olhos se enchem de lágrimas agradecidas.
É Deus abençoando minhas mãos, meus calos, meu suor.
É Deus alimentando minha mulher, meus filhos e minha fé.
Cai chuva, e não vá embora.
Desce suave pelo meu terreno, refresca o dia.
Porque eu só saio da janela quando você passar.
quinta-feira, 17 de outubro de 2013
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Lá fora...
Hoje o vento bateu diferente no vidro da janela.
Sentado no sofá da sala, olhei pra trás, como tentasse adivinhar o que seria.
Uma leve dor na nuca distraiu minha atenção no livro que lia.
Eram os problemas chegando.
A discórdia, a falta de diálogo e de paciência, o futuro incerto.
Uma ansiedade que invade o peito e me deixa triste, assim, de repente.
O mal aparece tão inesperado como o tempo que muda no céu.
Nuvens negras e espessas se formam deslumbrantemente, anunciando um grosso temporal.
O trovão me assusta; os raios, iluminam a sala.
Olho, da janela, pro alto, e o vento, já mais intenso e úmido, molha de leve meu rosto. Fecho os olhos.
Me sinto perto de alguma coisa que eu não sei bem o que é. De Deus, do mar, do horizonte.
Encho os pulmões ao limite, como guardando fôlego para a tragédia que se aproxima.
Receio que o teto não seja firme, que as vigas balancem, e as paredes rachem do chão até em cima.
Que Deus nos dê forças para sustentar o que me resta, e levantar o que sobrar depois.
Hoje, o vento bateu diferente.
Sentado no sofá da sala, olhei pra trás, como tentasse adivinhar o que seria.
Uma leve dor na nuca distraiu minha atenção no livro que lia.
Eram os problemas chegando.
A discórdia, a falta de diálogo e de paciência, o futuro incerto.
Uma ansiedade que invade o peito e me deixa triste, assim, de repente.
O mal aparece tão inesperado como o tempo que muda no céu.
Nuvens negras e espessas se formam deslumbrantemente, anunciando um grosso temporal.
O trovão me assusta; os raios, iluminam a sala.
Olho, da janela, pro alto, e o vento, já mais intenso e úmido, molha de leve meu rosto. Fecho os olhos.
Me sinto perto de alguma coisa que eu não sei bem o que é. De Deus, do mar, do horizonte.
Encho os pulmões ao limite, como guardando fôlego para a tragédia que se aproxima.
Receio que o teto não seja firme, que as vigas balancem, e as paredes rachem do chão até em cima.
Que Deus nos dê forças para sustentar o que me resta, e levantar o que sobrar depois.
Hoje, o vento bateu diferente.
segunda-feira, 22 de julho de 2013
Toma
O Amor meiou a metade do meu amor.
Molhou o moletom no varal.
Me pergunto quem tomou do meu copo o meio que sobrou do meu amor.
A metade que restou foi você quem tomou.
Já tinha pouco... e você tomou o resto.
Bem vinda, amor.
você chegou e me tomou tudo, levando embora o resto do copo do meu amor. Um vendaval.
Me confundiu, diluiu tudo o que eu tinha.
Que bom que você chegou, meu amor.
Agora estou completo, mesmo sabendo que meu copo meiou mais pro vazio.
O amor esvaziou... porque você tomou, mas me completou com o teu.
Chega, amor. E não vá embora.
segunda-feira, 15 de julho de 2013
(Re)doma
A flor que sobrou no jarro resiste em viver.
De esperança a terra ainda se firma.
A chuva limpou o pecado da janela e o mar salgou o amor.
O Que queres pro jantar?
Fome, nada?
Não queres nada, como sempre.
Porque voltas saciado de uma outra casa.
Não me beija porque teus lábios se cansaram com outra boca.
Vou deixar o baile, rir sozinha, me calar.
Voltar pra cama e me deitar no colchão frio que tu insistes em não trocar.
Tu não presta pra nada.
Nem trocas o colchão... nem trocas a mim, nem muda a palavra.
De esperança a terra ainda se firma.
A chuva limpou o pecado da janela e o mar salgou o amor.
O Que queres pro jantar?
Fome, nada?
Não queres nada, como sempre.
Porque voltas saciado de uma outra casa.
Não me beija porque teus lábios se cansaram com outra boca.
Vou deixar o baile, rir sozinha, me calar.
Voltar pra cama e me deitar no colchão frio que tu insistes em não trocar.
Tu não presta pra nada.
Nem trocas o colchão... nem trocas a mim, nem muda a palavra.
terça-feira, 25 de junho de 2013
O Pouco do meu bem
Pro pasto que me conduziu não tinha grama, não tinha nada.
No mar que você me afogou não tinha água, nem tinha sal.
Pra casa onde eu fui dormir só tinha cama e teto.
Rega mais. Põe-me no sol. Troca minha terra, meu chão.
Liberta-me. Me ensina a voar. Voa, pássaro preto. Voa.
Vai pintar de amarelo o rio. Caiar o muro.
Bom Dia, meu bem. Entra. Senta. Toma um chá. Dorme comigo.
Prepara um café, põe uma margarida na leiteira e me serve a bandeja na cama. Diz que me ama. Faz-me rir e acreditar que se importa comigo.
Finge que vai embora, depois fica. Faz como toda vez que vem.
Muda o tempo. Molha o quintal.
O rodo do tempo trata de secar o quintal da vida.
E a vassoura da vida varre pra debaixo do tapete o pó do passado.
- A vida precisa de pouco, meu bem: Só de água, amor e segredos.
No mar que você me afogou não tinha água, nem tinha sal.
Pra casa onde eu fui dormir só tinha cama e teto.
Rega mais. Põe-me no sol. Troca minha terra, meu chão.
Liberta-me. Me ensina a voar. Voa, pássaro preto. Voa.
Vai pintar de amarelo o rio. Caiar o muro.
Bom Dia, meu bem. Entra. Senta. Toma um chá. Dorme comigo.
Prepara um café, põe uma margarida na leiteira e me serve a bandeja na cama. Diz que me ama. Faz-me rir e acreditar que se importa comigo.
Finge que vai embora, depois fica. Faz como toda vez que vem.
Muda o tempo. Molha o quintal.
O rodo do tempo trata de secar o quintal da vida.
E a vassoura da vida varre pra debaixo do tapete o pó do passado.
- A vida precisa de pouco, meu bem: Só de água, amor e segredos.
sexta-feira, 14 de junho de 2013
Estrada
Gramática, Matemática... são coisas tão nostálgicas.
Predicado, Regra de três... Prometo que vou me esquecer de você de uma vez.
Eu pego o ônibus e ele faz a curva, mudando a direção.
Isso me fez lembrar do nosso amor que também decidiu mudar de lugar.
Predicado, Regra de três... Prometo que vou me esquecer de você de uma vez.
Eu pego o ônibus e ele faz a curva, mudando a direção.
Isso me fez lembrar do nosso amor que também decidiu mudar de lugar.
quinta-feira, 7 de março de 2013
Breve Outono
O mês de abril chegou sorrateiro como o sono.
O tempo aberto, o clima ameno, o céu azul. Não estava quente, nem frio.
A luz do sol refletia na calçada de mármore da sacada.
E as folhas das palmeiras formavam uma sombra engraçada: Um monte de dedos delgados se entrelaçando.
O cachorro fazia a sesta da tarde. Com os olhos fechados, a boca, encostada no chão de terra, inflava e desinflava, emitindo leves gritinhos, como se sonhasse com algo. Bicho sonha? Devia.
O sonho nada mais é do que uma realidade desejada.
Foi nessa estação transitória que eu me encontrava.
Sentado no canto da varanda numa cadeira de balanço,
tinha visão do quintal todo.
Tinha a sensação do vasto limitado.
Limitado pelos muros e pela minha visão.
Foram nestas condições que ponderei sobre minha realidade:
Eu, sozinho. Você, não.
Eu sempre estive do seu lado e você do lado de outro.
Sempre existiam duas pessoas do seu lado.
Eu sempre era uma delas.
O outro sempre mudava.
Sempre quis te dizer que te amava. Sempre.
Mas não dava porque você sempre estava acompanhada.
Eu sempre esperava a próxima estação.
Talvez com os novos tempos chegando, Imaginava que isso trouxesse uma brisa de renovação e coragem.
Os tempos passaram e o vento mudou nosso amor de direção.
Eu não falei de mim pra você.
E você não me deu tempo pra dizer que te amo.
O tempo aberto, o clima ameno, o céu azul. Não estava quente, nem frio.
A luz do sol refletia na calçada de mármore da sacada.
E as folhas das palmeiras formavam uma sombra engraçada: Um monte de dedos delgados se entrelaçando.
O cachorro fazia a sesta da tarde. Com os olhos fechados, a boca, encostada no chão de terra, inflava e desinflava, emitindo leves gritinhos, como se sonhasse com algo. Bicho sonha? Devia.
O sonho nada mais é do que uma realidade desejada.
Foi nessa estação transitória que eu me encontrava.
Sentado no canto da varanda numa cadeira de balanço,
tinha visão do quintal todo.
Tinha a sensação do vasto limitado.
Limitado pelos muros e pela minha visão.
Foram nestas condições que ponderei sobre minha realidade:
Eu, sozinho. Você, não.
Eu sempre estive do seu lado e você do lado de outro.
Sempre existiam duas pessoas do seu lado.
Eu sempre era uma delas.
O outro sempre mudava.
Sempre quis te dizer que te amava. Sempre.
Mas não dava porque você sempre estava acompanhada.
Eu sempre esperava a próxima estação.
Talvez com os novos tempos chegando, Imaginava que isso trouxesse uma brisa de renovação e coragem.
Os tempos passaram e o vento mudou nosso amor de direção.
Eu não falei de mim pra você.
E você não me deu tempo pra dizer que te amo.
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
"RICIFE"
Quem sabe outra hora a gente se encontra por aí
andando pelo centro da cidade.
Atravessando as pontes que cortam os rios e ligam as duas metades dela.
O que fez a gente se perder de vez?
Não foi o meu ciúme?
Ou meu péssimo costume?
de me banhar do perfume
repulsivo da indiferença?
O céu do centro da cidade não está mais azul
como o céu de quando a gente se conheceu.
Não reconheço mais o cinza fumaça
Se é poluição ou a chuva que se apressa.
Mas eu continuo andando alheio aos carros no centro da cidade
que já não correm como antigamente.
Muitos que são, competem com tanta gente.
Que sabe lá o que sentem, mentem.
As árvores do centro da cidade respiram menos que antes.
São menores que os prédios de azulejo que cresceram paralelos adiante.
Mas continuam sendo maiores que nós e as crianças
que nelas trepam para chupar mangas espada lá no alto.
As ruas do centro da cidade não deixam mais meus passos marcados.
São largas e compridas. Cheias de lojas e sujeira no chão.
Não me reconheço mais no centro da cidade
Eu não tenho mais identidade.
Agora faço parte de um monte de gente que tiram da cidade o seu nome: Cidadão.
Deve ter sido por isso que a gente não se encontrou mais.
É que mudaram o centro da cidade.
Seguidores
Quem sou eu
- Thiago.Araujo
- Sou aquilo que os outros dizem quem sou. Afinal, acreditam mais neles que em mim.