terça-feira, 21 de setembro de 2010

Recado pra você

Queria ver você sorrir mais.
Espaçando os lábios.
Te ver feliz, contente.
Te desejar paz, sossego.
Mandar um email, contar uma novidade, um segredo.

Queria te fazer uma surpresa
te chamar em casa, fazer um bolo.
Assistir um filme dublado pra não te cansar.
Comer no Mc.
Te dar um livro, uma lembrança.
Fazer um poema.
Colocar nossa amizade em letras.

Pudera voltar no tempo...
Não para mudar alguma coisa,
mas pelo prazer de sentir de novo
o que passamos juntos
o que rimos juntos
as besteiras que falamos
o que nos presenteamos.
o exato momento em que um percebeu que podia ser amigo do outro.
Relembrar os cafés da manhã de Domingo.
Os pães com mortadela que eram iguais a tantos outros
mas tinham em si, um sabor diferente

O que aconteceu?

Não quero ser como uma mosca escondida em tua casa pra saber o que acontece.
Muito menos um psicólogo que ouve problemas e não receita um remédio pra curar.
É como asfalto que recebe a água da chuva e não é capaz de fazer nascer uma folha sequer.

Quero ser uma poltrona larga e aconchegante,
onde podes sentar e levar os pés até o assento. Dormir sem querer.
Quero ser a beira da praia,
Onde você, descalça, põe os pés e sente a água do mar escorrer por entre os dedos, voltando pro infinito.

Não quero ser mais um problema.
Não quero ser a solução dos seus problemas
Nem saber dos seus problemas
Quero apenas que saiba que estarei lá,
como uma poltrona.
A beira da praia
Que mesmo sem dizer nada, sentem.
Quero ser apenas... seu amigo.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Eu sou uma pessoa má.
Eu menti pra você.

Corpo Cansado


Vou ficar sentado no banco em frente a praia
esperando a noite chegar.
Tiro os sapatos, as meias. Vejo as veias esverdeadas dos meus pés, cansados de me levar onde minha mente planejava ir.
Levo eles até a areia e sinto um formigamento delicioso que me faz levantar o canto direito da boca ensaiando um sorriso.
Até a noite vir, fico assistindo um filme. Belíssimo.
É quando a tarde chega, anunciando que a noite está próxima.
Percebo donde estou repousado, uma enorme linha horizontal: O encontro do mar com o céu.
Me é estranho saber que aquele não é o fim do horizonte.
É apenas uma ilusão ótica do limite.
A estranha sensação humana de achar ou querer que tudo seja para sempre, mas saber que no fundo, tudo tem seu fim, assim como teve um começo.
O cheiro de sal toma conta do meu olfato.
Tanto, que chego a sentir o gosto.
Ouço crianças gargalhando, possivelmente como resultado de cócegas no abdôme ou simplesmente de felicidade.
Minha visão, embora limitada pela idade e por 75 anos de uso contínuo, ainda me dá licensa para distiguir as nuances que apenas um fim de tarde poder trazer.
Só a natureza é capaz de brincar com as cores que quiser, as cores que achar melhor, e ainda assim não ser brega.
É um filme, como disse, belíssimo.
Por mais um pouco de tempo, o clímax vai-se embora.
Os tons azul-escuro-da-meia-noite começam a tomar conta da paisagem, até que a noite finalmente chega. Já não enxergo um palmo a minha frente.
Tateio o banco á procurar pelas meias. As acho. Visto-as e em seguida calço os sapatos amarrando com dificuldade os cadarços semi-gastos.
As juntas das mãos me cansam todo o corpo.
Volto a encostar as costelas no encosto do banco.
Me levanto, procurando apoio no banco com as palmas das mãos. Me equilibrar é outro sacrifício.
Apanho do bolso meus óculos e consigo ter uma sobre visão do que ocorre em minha volta.
Já na metade do caminho de volta pra casa percebi que minha carteira, meus documentos, haviam ficado no banco da praia, guardando a foto da minha neta.
"Dane-se!" - Resmunguei.
O dinheiro, tem mais em casa.
Os documentos, tiro outros depois.
A foto de minha linhagem, guardo na memória.
Só o que não posso recuperar é minha saúde.
E esta, eu não deixei esquecida no banco. Levo a saúde, ou a falta dela, sempre comigo.
Porque se tivesse esquecido as doenças dentro da carteira, também não faria a mínima questão de voltar pra pegar!

...Andando, devagar, com dificuldade; agradeço a Deus por ter me permitido viver todo esse tempo.
A vida... é um dom que não merecemos. É um presente. Um milagre divino.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Laranjeira

Na minha casa tem uma laranjeira
Que no outono fica toda cheia
de laranja; é claro!

Atrás de casa tem um grande lago
que está repleto de peixes coloridos:
Tem verde, azul, transparente...
Tem um que eu acho até que parece com a gente

Na minha casa tem uma roseira
que a minha mãe rega toda sexta-feira
e segunda também.

Eu tenho um cachorro muito engraçado
que corre de um lado para o outro lado
de tanta alegria ao me ver chegar...

Eu quero voar como o super homem,
pular de prédio em prédio e fisgar quem amo com a minha teia.
Eu quero ser o Hulk, ter um muque bem forte!
só não gosto da idéia de virar verde-abacate
eu quero estar por toda parte.

Eu quero ser um dos vigilantes
só pra acabar com a guerra que o homem fez no vietnã.
vou cultivar agora um pé de feijão
só pra poder subir e tocar o céu com a minha mão.
Pra fugir do gigante,
eu vou correr bastante
para um lugar que só eu sei.

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Sou aquilo que os outros dizem quem sou. Afinal, acreditam mais neles que em mim.