Hoje o vento bateu diferente no vidro da janela.
Sentado no sofá da sala, olhei pra trás, como tentasse adivinhar o que seria.
Uma leve dor na nuca distraiu minha atenção no livro que lia.
Eram os problemas chegando.
A discórdia, a falta de diálogo e de paciência, o futuro incerto.
Uma ansiedade que invade o peito e me deixa triste, assim, de repente.
O mal aparece tão inesperado como o tempo que muda no céu.
Nuvens negras e espessas se formam deslumbrantemente, anunciando um grosso temporal.
O trovão me assusta; os raios, iluminam a sala.
Olho, da janela, pro alto, e o vento, já mais intenso e úmido, molha de leve meu rosto. Fecho os olhos.
Me sinto perto de alguma coisa que eu não sei bem o que é. De Deus, do mar, do horizonte.
Encho os pulmões ao limite, como guardando fôlego para a tragédia que se aproxima.
Receio que o teto não seja firme, que as vigas balancem, e as paredes rachem do chão até em cima.
Que Deus nos dê forças para sustentar o que me resta, e levantar o que sobrar depois.
Hoje, o vento bateu diferente.
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
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Quem sou eu
- Thiago.Araujo
- Sou aquilo que os outros dizem quem sou. Afinal, acreditam mais neles que em mim.